Muitos autores, hoje em dia, falam sobre a fragmentação da realidade: sobre a inexistência de metanarrativas, sobre concepções múltiplas sobre o mundo, sobre a invalidade das verdades absolutas, sobre a simulação que sobrepuja o simulacro, sobre mundos dentro do mundo. Todos esses autores, na minha opinião, estão descrevendo a pós-modernidade. E essa pós-modernidade, por sua vez, diferencia-se da modernidade pela ausência de uma linha cronológica única (a História).
Para a modernidade, diferentes explicações sobre a existência vinham uma atrás da outra – e, cada vez que surge uma nova, a anterior é (e precisa ser) destruída por meio de um fenômeno chamado destruição criativa. Para a modernidade, o que é novo é melhor do que o que é antigo e, por isso, ganha automaticamente o direito de destruir o que veio antes, pelo bem do progresso, da História linear, do futuro.
A pós-modernidade (seja qual for sua descrição) refuta tudo isso. Não existe mais uma explicação única, uma só verdade, nem mesmo um mundo “real” que seja íntegro. Tudo é fragmentado. Porém, ao dizer que o mundo em que existia uma verdade única acabou, não está a própria pós-modernidade repetindo uma prática modernista de dizer que o que veio antes precisa acabar para que o novo possa existir? (G.P.)
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