sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Sobre atravessar o rio

Vamos pensar sobre aquele cara que, hipoteticamente, atravessou o rio. Ao chegar ao outro lado, ele deixou de ser “o cara que nunca atravessou o rio” para se tornar “o cara que já atravessou o rio”, mudando assim não apenas a si mesmo, mas o mundo inteiro, que deixa de ser “o mundo no qual aquele cara específico nunca havia atravessado o rio” e passa a ser “o mundo no qual aquele cara específico já atravessou o rio”. Parece insignificante, mas, numa perspectiva ampla, são fatos assim que mudam todo o resto. É aquela velha história da borboleta batendo as asas num lado do mundo e causando um furacão no outro lado; você nunca sabe os desdobramentos que as suas ações terão daqui a um segundo ou um século. As variáveis são muitas. Previsões perfeitas são uma ilusão, pois o destino é uma coisa extremamente frágil. Uma palavra pode iniciar uma reação em cadeia e, BUM!, quando você se dá conta, "buckle your seatbelt, Dorothy, ‘cause Kansas is going bye bye!" (G.P.)

2 comentários:

  1. POis é, o Kansas já se foi faz um ano. Mas esse rio que atravessamos juntos, marcou feito cicatriz. Sem mais. ou isso daria uns 5k de caracteres

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