Recentemente, li uma notícia sobre um jovem que teria vendido um rim no Egito com o intuito de pagar as despesas de seu casamento (veja aqui), o que me fez refletir brevemente sobre o motivo que leva um homem a sacrificar um órgão por dinheiro. Talvez o sonho do matrimônio, ou a preferência por alguns valores em detrimento de outros? Isso não importa muito para a minha breve discussão, pois todos têm o direito de sonhar com o que quiser e escolher o que vale a pena sacrificar ou não; e, sinceramente, essa conversa de “inversão de valores” já está um pouco passada. Também não tenho a menor intenção de criticar o capitalismo, porque (como eu já disse em outro post), certo e errado são conceitos muito fortes para se definir levianamente.
A questão aqui é o sacrifício. E aqui vai um exemplo pessoal: certa vez, na saída de um supermercado, deparei-me com uma senhora idosa carregando a clássica placa improvisada onde se lia “will work for food” (algo como “trabalho por comida”). Trata-se de uma cena deprimente, ainda mais por tratar-se de uma senhora em idade avançada. Porém, uma garota que se encontrava comigo na ocasião – mais uma vez, uma colega chinesa – colocou as coisas em perspectiva dizendo “Mas todos nós trabalhamos por comida”, o que não deixa de ser verdade. Ao ler a notícia sobre o rapaz egípcio, lembrei-me do pragmatismo do insight daquela garota. O que estou questionando aqui não é a dignidade do trabalho, mas a sua finalidade em última instância. Apesar de muitos discursos empapados de moral que pregam a edificação do caráter, o trabalho sempre irá lhe trazer alguma vantagem – geralmente financeira – ou, caso contrário, não haveria motivação para fazê-lo. E, ao sujeitar-se ao trabalho, você sacrifica o seu tempo.
No final, das contas, todos estão sacrificando alguma coisa para chegar a um ou outro resultado. Às vezes é uma preciosa parcela do tempo de nossas vidas, que poderia ser aproveitada para outra coisa, às vezes é um rim. (G.P.)
A questão aqui é o sacrifício. E aqui vai um exemplo pessoal: certa vez, na saída de um supermercado, deparei-me com uma senhora idosa carregando a clássica placa improvisada onde se lia “will work for food” (algo como “trabalho por comida”). Trata-se de uma cena deprimente, ainda mais por tratar-se de uma senhora em idade avançada. Porém, uma garota que se encontrava comigo na ocasião – mais uma vez, uma colega chinesa – colocou as coisas em perspectiva dizendo “Mas todos nós trabalhamos por comida”, o que não deixa de ser verdade. Ao ler a notícia sobre o rapaz egípcio, lembrei-me do pragmatismo do insight daquela garota. O que estou questionando aqui não é a dignidade do trabalho, mas a sua finalidade em última instância. Apesar de muitos discursos empapados de moral que pregam a edificação do caráter, o trabalho sempre irá lhe trazer alguma vantagem – geralmente financeira – ou, caso contrário, não haveria motivação para fazê-lo. E, ao sujeitar-se ao trabalho, você sacrifica o seu tempo.
No final, das contas, todos estão sacrificando alguma coisa para chegar a um ou outro resultado. Às vezes é uma preciosa parcela do tempo de nossas vidas, que poderia ser aproveitada para outra coisa, às vezes é um rim. (G.P.)
As vezes é um smples gesto. Um segundo que "perdemos" dando uma palavrinha com outra pessoa. Mas que faz com que ela saia sorrindo ou xingando. Tudo tem seu valor, cada palavra, cada gesto. Cada sacrificio. Os meios para os fins.
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